terça-feira, 26 de julho de 2011

Do espirito.

Nas portas do seculo XXI, a ciência evolui juntamente às maquinas. Tecnologia hoje em dia é explorada a todo instante. Não sabemos se são pessoas que andam ao nosso lado. Já imaginaram que um dia poderemos conviver com as maquinas, livremente. Inteligência artificial é algo para o seculo seguinte. Hoje em dia nos vemos numa cadeia de possibilidades.

A questão de uma possível guerra entre humanos e maquinas  é valida quando somos capazes de criar algo tão próximo do ser humano, que é um ser dotado de inteligencia e sim, ganância. Inteligencia em mãos erradas, podem tornar o mundo algo bem mais difícil. Mas como qualquer ser vivente em solo terrestre (reformulando o conceito... LOADING... DELAY), até mesmo em termos de universo, se sou capaz de pensar que há seres vivos fora do planeta Terra, porque não haveriam de ser perversos e maus, a ponto de buscar a terra como fonte de alimento e/ou riquezas.

Complexo este termo, a partir do momento em que pensamos numa vida artificial, gerada por pulsos elétricos, óleo de motor, metal e articulações montadas em parafusos e soldas. Produzidos em serie de modo que em sua maioria seja perfeitamente a copia de um ser humano. Mas e onde ficariam os sentimentos neste momento, um robô teria a capacidade de distinguir o certo do errado numa simples cadeia de condições, processar todos os dados que a maquina perfeita chamada cérebro processa?

A maquina maior, criadora, pode ser morta por sua criação. Seria o inicio de um movimento "Kill your idol". Onde você obtêm forças sobre-humanas e consegue estar acima de seu ídolo, matando-o. (um grande amigo me disse esta ideia uma vez, achei complexa, mas cheia de sentido, não é? Guito Britto).Sejamos sinceros, quais seriam os perigos deste tipo de criação?

Um século é um tempo minimo para que tudo aconteça...
Um século, é o tempo de uma geração, meu filho, talvez você que esteja lendo este texto maluco, possa chegar até este momento, em que teremos amigos cibernéticos, perambulando por aí. Com vidas, com almas... com propósitos, talvez.

A questão chave, teriam estes seres criados com base em eletrodos e eletricidade, capas e chapas, a prova de bala e sentimentos. A prova de destino e passado. Em prova de um mundo que evolui sem cavar sua própria cova.

É mundo moderno, hoje você não me agrada como ontem.
E mundo moderno, pense nas coisas como uma criança e tenha maturidade para escolher o caminho certo como um velho. E aquela mesma força, mundo moderno, que tens para destruir utilize para causar a teu favor. 

Muito obrigado... Dan.


domingo, 24 de julho de 2011

Adianta falar?

Já perceberam como as pessoas seguem padrões estranhos ao longo da vida?
Quando pequenos, levam os trejeitos do pai ou da mãe, ou dos dois em certos aspectos.

Percebi hoje como as pessoas podem seguir um padrão e se queixar disso por mera revolta social, mas, o que fazem para mudar tudo isso? Nem elas mesmas sabem responder. Já percebeu que as pessoas vivem de acordo com o que as pessoas ao redor acham que deve ser e que se extrapolar o limite de conduta criado pelo meio em que vive, será marginalizado, alvo de fofocas e claro, o silencio dos "vizinhos".

Pessoas que pensam como as outras, o que fazem delas algo tão previsível.
Atitudes que pelas quais, não se julgam pois estão dentro do padrão de vida.

E você, em qual momento segue os padrões? (Faço esta pergunta a mim mesmo).
Também sigo trejeitos passados dos meus pais e/ou por meus pais, a definição de certo ou errado, do que vestir ou não, do que falar ou não. Felizmente convivi com pessoas que fizeram minha cabeça mudar, e hoje não sigo o que não me fará feliz o suficiente para que eu tenha alguma melhora significativa dentre o meu ego/superego.

Qual a medida capaz de mostrar o quão salvo você está de padecer junto ao terror do padrão?
Talvez não haja medida, talvez o padrão nem seja tão aterrorizante, talvez ninguém padeça por isso. Mas podemos pensar em arremessar um foda-se e viver como nos agrada. Já que para muitos, a vida acontece uma vez só, para outros tudo faz parte de um ciclo, mas isto envolve fatores espirituais/religiosos que não entrarei em discussão, não hoje. (não estou com saco para ateus e fanáticos).

Que tal contentar-se com suas próprias normalidades?
 A maior parte das pessoas, não aguentam nem ao menos olhar-se no espelho, ou conviver consigo mesmo por culpa dos padrões, elas se vêem fora dele de tal forma que não conseguem viver de acordo com os problemas ainda pendentes.

Foda-se a tendência, sejamos mais humanos.

Abraços calorosos,
um ótimo Domingo...
...Dan!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Metódico!

Se foram os dias e a vida continua...
Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia...

Qual seria o defeito das pessoas quando se dizem imortais?

Um minuto! (pausa dramática para o pensador)

Eis que surge o filme, cena aberta ao mundo surreal... assistem de camarote ao sobrevivente urbano, aquele mesmo que não escala montanhas, muito menos sabe voar... mas com gratidão aceita um prato de comida servido em um pote de sorvete.

"Ó PÁTRIA AMADA,
IDOLATRADA,
SALVE! SALVE!"

Esta não é uma canção de amor...

...Dan

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Eu me incomodo por não ter Araraquara Rock

A todos os meios de comunicação e cidadãos de Araraquara e região.

Decidimos tornar público nosso descontentamento com as posturas adotadas pela atual gestão municipal do prefeito Marcelo Barbieri, e dos órgãos responsáveis pelo gerenciamento cultural no município de Araraquara: Fundart e Secretaria de Cultura.
Devemos esclarecer que nossa manifestação, nomeada “Protesto: eu me incomodo por não ter Araraquara Rock”, vai acontecer no mesmo dia (13) e na mesma hora (15 horas), previamente divulgados, pois ao contrário do governo municipal, temos um propósito e respeito pelas pessoas envolvidas.
Sim, o protesto começou com o “Adiamento” do 10º Araraquara Rock. Contudo, não se limita apenas a isso e não vamos nos retrair diante das promessas de realização do Festival  que agora, mais do que nunca, nos parecem vãs.
Assusta perceber que, quando o manifesto tomou proporções maiores do que as esperadas, os responsáveis pelo gerenciamento de eventos culturais na cidade realizaram (às pressas) um pseudo-festival de Rock no teatro Wallace. Isso ocorreu no último dia 09.
Curiosamente, o evento não teve o alcance esperado.
No dia 11 desse mês, a data para a realização do Araraquara Rock foi remarcada: dias 24 e 25 de setembro. Essa notícia foi veiculada nos meios de comunicação locais.  Porém essa data se chocaria com a realização de um grande evento musical, o Rock in Rio.Em menos de duas horas uma nova data foi estipulada, cancelando a atual: 03 e 04 de setembro. Contudo, essa nova data também foi desmarcada e o Festival não tem data para ocorrer.
Essas atitudes mostram o preparo administrativo e o respeito pelos cidadãos, além dos grupos artísticos envolvidos. A pressa e pouco cuidado revelam o quanto a Secretaria da Cultura e a Fundart estão tentando medidas paliativas para a situação.
Deve ficar claro: Não queremos esmolas.
Queremos que os espaços culturais, conquistados com tanta dificuldade e trabalho, sejam respeitados, primeiramente pelos governantes desse município.
Não será através da violência, da ofensa, da agressão que nos manifestaremos. Será através daquilo pelo qual estamos brigando: Cultura.

Reivindicamos que a gestão cultural do município seja reposicionada e seja aberta à participação popular de forma efetiva e clara, e não da maneira como está sendo gerida.
Agradecemos todas as pessoas envolvidas e segue em anexo a carta de reivindicações, organizada através de um coletivo de artistas da cidade de Araraquara.

Contamos com a presença de todos neste dia 13.

Abraços
Atenciosamente, coordenação do “Eu me incomodo por não ter Araraquara Rock”


Dirigimos está carta à Secretaria de Cultura, à FUNDART e à prefeitura municipal, enquanto governo municipal. Nela estão expressas e contidas nossas reivindicações relacionadas, não apenas ao Festival Araraquara Rock, mas à cultura de maneira geral.

  1. Não nos servem datas remarcadas aleatoriamente, que não são mantidas . Queremos um compromisso firmado de que o Araraquara Rock irá acontecer.
  2. Tão pouco nos interessa que ele seja reduzido para apenas dois dias. Queremos o cronograma original do festival mantido e os quatro dias de apresentações.
  3. Um sistema de cotas na distribuição e escolha de bandas deve ser adotado. Essa medida permitirá que bandas locais participem do festival, mesmo que não seja o interesse da comissão organizadora.
30% das bandas selecionadas: provenientes da macro região de Araraquara. Isto é: deverão ser bandas dos 27 municípios ligados à macro região.
20% das bandas selecionadas: deverão ser de Araraquara. Essa abertura irá criar um movimento de melhoria e aumento da produção musical na cidade, além de ser um aspecto justo com o município e os artistas.
20% das bandas selecionadas: espaço para as chamadas “bandas convidadas”, geralmente bandas que já estão em uma certa posição de destaque no cenário musical nacional ou internacional.
30% das bandas selecionadas: estarão disponíveis para que bandas de outras localidades se inscrevam no festival.
  1. Reivindicamos ajuda de custo para as bandas selecionadas, independente se são da macro região, da cidade ou de outros locais. A ajuda deve ser feita com proporcionalidade à quilometragem, além de hospedagem e alimentação digna.
  2. Solicitamos o cancelamento da seleção já feita para o Festival Araraquara Rock e que uma nova seleção seja feita, através de um conselho civil eleito em plenária.
  3. Solicitamos divulgação plena da convocação para a plenária através de edital veiculado em Jornais, rádios, TVS, cartazes, telefone, email, internet com, pelo menos, 30 dias de antecedência.
  4. A divulgação desse edital deve ser ininterrupta pelos 30 dias que antecederem a realização da assembléia.
  5. Solicitamos a prestação de contas sobre a arrecadação dos bares culturais no Festival Araraquara Rock nos últimos  2 anos.
  6. Queremos que um Orçamento Participativo (O.P.), específico para a cultura, seja realizado mensalmente, firmando-se um compromisso de democratizar o exercício administrativo.
  7. Queremos que o dinheiro arrecadado em eventos culturais (ex: bares culturais) seja revertido, através de discussão coletiva no O.P cultural, em forma de fomento para artistas locais.
  8. Solicitamos que haja licitação aberta para a contratação da equipe de som, com prestação de contas e necessidade de aprovação em assembléia.
  9. Antes de qualquer coisa, pedimos coerência aos órgãos responsáveis pela cultura , no município de Araraquara. Queremos a democratização dos espaços para veiculação e apresentação de trabalhos artísticos.
  10. Solicitamos a criação de uma Agenda Cultural local e mensal, com artistas e grupos locais de música, teatro, dança, artes plásticas, audiovisual, circo, entre outros.
  11. Além da criação de uma Agenda Cultural, solicitamos que essa agenda seja apresentada nos espaços condizentes com os trabalhos apresentados: Teatro Municipal, teatro de Arena, Teatro Wallace, etc.
  12. Solicitamos a criação de um espaço para artes circenses, fixo, e com a estrutura característica, além de infra-estrutura.
  13. Acesso público às agendas dos espaços culturais, de forma a democratizar a utilização dos mesmos, além de evitar conflitos de datas entre eventos já previamente marcados.
  14. Espaços que promovem cultura na cidade devem receber um incentivo municipal. A prestação de contas deve ser feita em assembléia.
  15. Queremos a criação de um fundo municipal de fomento cultural, que abra editais semestrais para selecionar trabalhos artísticos a serem incentivados, decisões estas tomadas no Orçamento Participativo Cultural.
  16. Solicitamos que essas mesmas medidas de revisão  estruturação sejam aplicadas a outros eventos culturais no município de Araraquara como, por exemplo, a Semana Luiz Antônio Martinez Corrêa.

Manifestação Publica será no dia de hoje, das 15 às 22, na praça da Prefeitura de Araraquara.

Esperamos todos lá.



terça-feira, 12 de julho de 2011

Repetimento inexato - Mauricio

O céu amanhecia vermelho, o estandarte levantado com louvor, podia-se ver a passeata cruzar a praça central. Aqueles jovens estudantes, agora sabiam bem o que queriam para si. Liberdade, todos protestavam contra o atual governo, era tão bonito, aquela manifestação onde marchavam rumo a sede principal.

Do alto edifício comercial onde um jornalista tentava algumas fotos, do 9º andar, estava difícil conseguir alguma coisa boa, Mauricio, ao perceber a falta de luz no bloco e com o sol batendo na janela não havia meios de conseguir alguma imagem que fizesse jus ao movimento.

Mauricio desceu os nove andares pelas escadas, sem parar, pois poderia perder qualquer acontecimento. Os edifícios em construção tornavam a paisagem um cenário belo a seus olhos. Seria uma junção entre a juventude lutando por seu futuro e aquele esqueleto de metal sendo o inicio de uma nova era.

Chegou ao térreo, preparando a câmera, a multidão já passava por ali. Conseguiu algumas fotos. Até ser confundido por um manifestante que o abraçou, levando Mauricio na passeata.

O limite foi imposto, o perímetro de 2 km da sede, onde se instalava o general. Dalí ninguém passaria, a não ser os próprios integrantes das forças armadas.

Mauricio não achou má idéia fazer parte daquilo, estava trabalhando sob as asas da censura. Aliás, não era jornalista de fazer matérias em prol de um governo destes, sendo totalmente a favor da revolta.

De repente, o tumulto se deu inicio...
Pessoas corriam para trás, o exercito abrira fogo contra os manifestantes. Sem sequer haver qualquer invasão, violência gratuita. Atiraram a mando de altas patentes. Deu-se inicio a um massacre. Foi difícil para ele, ver aquilo e não se chocar. Porém, seu instinto fez com que se armasse de sua câmera e foi de encontro ao caos que estava naquela rua.

Mauricio podia ver dois jovens, um chorava, tentando expressar alguma coisa, o outro o segurava em seus braços, o sangue escorria por entre os dedos daquele rapaz, que tentava levantar seu amigo que aguardava somente seu desfecho. Mauricio bateu algumas fotos daquela cena, não podia mais ajudar, pois naquele corpo não havia mais vida.

Sentindo um leve contato em sua cabeça, virando-se para o agressor bateu sua ultima foto.  O sol surgindo por entre os prédios lá no alto. No canto da fotografia uma arma e um soldado, o mesmo que tiraria sua vida. Mauricio, executado ali mesmo, ajoelhado enquanto contemplava o prazer de seu oficio.


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Poeira e asfalto.


Você pensava em voar, talvez crer em alguma alternativa que fizesse com que os pés não queimassem ao tocar o chão quente, derretido pelo sol que castiga toda a vegetação e consequentemente tudo e todos que estão ao seu alcance.


Você caminhava num caminho oposto, buscando uma sombra, buscando um alivio, livrar-se da luz faria mesmo com que a radioatividade da estrela maior parasse de te tocar, você assim dizia. Logo ele some, uma nuvem aparece para cobrir, esta nuvem demorava a chegar, aquele céu azul estava mesmo azul. Sem um resquício de algodão.


E quando menos esperávamos, a noite chegou, estava tão quente que a rainha da noite parecia mesmo o astro rei, sua luz irradiada não aquecia mas ainda assim o calor estava tomando conta do ambiente. Era lua cheia e a claridade era intensa, enxergava-se extremamente bem. Conforme a madrugada se aproximava, o clima tornaria-se ameno, sem nossas vestes nos abraçamos mantendo o calor em nós. 


Aquele mesmo calor que nos matava aos poucos, era necessário naquele momento. Você se aqueceu em mim. Naquela barraca onde o teto eram as estrelas.


Juntando nossas coisas, você cantarolava Steppenwolf - Born to be Wild... Era teu hino, era a força que nos carregava por aquelas estradas do deserto Texano. 


O sol escaldante queimava combustível e borracha, queimava-se também pele e asfalto.

domingo, 10 de julho de 2011

Mais uma dose de bom senso.

Num mesmo instante em que a palavra é dita, ela vem carregada de emoções. Seu peso é percebido assim que chega aos ouvidos de quem a mesma foi dirigida. Necessário que um cuidado seja tomado, pois uma palavra é tão dolorosa quanto uma faca afiada que é cravada no peito deste.

Mas quem aqui toma cuidado com o que diz?


Seria hipocrisia minha dizer que penso antes de falar, neste mesmo instante já utilizei o backspace (aquela tecla para apagar) algumas vezes.

O poder das palavras. As mesmas que destroem, podem muito bem construir, basta que sejam ditas de forma entendível e clara. Um coração partido, uma mente suicida, um momento de opressão ou até mesmo palavras duras em voz de veludo (citando Hebert).

Cuidado com o que diz, para quem diz. Pois quem escuta, pode não escutar tão bem (e não falo de surdez).

This is your song.

Abraços calorosos... Dan.

sábado, 9 de julho de 2011

Viva!

Pense!
Crie!
Faça! (por merecer)
Caracterize!

Mude!
Desmude!
Emudeça!
Caia!
Ajoelhe!
Perdoe!
Devolva!
Sinta!
Sinta!
Sinta!
Perceba!
Observe!

Escute!
Crê!
Descreva!
Leia!
Releia!
Leia!
Memorize!

Ame!
Sofra!
Lute!
Morra! (Talvez)
Renasça!
Ressurja!
Aprenda!
Utilize!

Não morra!
Espere!

Antes de mais nada...
...Transforme!
...Seja!
...Aproveite!
...Revolucione!


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Tão Distante - Parte 3 - O Passado

Caminhávamos a mais de dois dias sem parar, parávamos a noite para descansar, um sono sem vontade, não havia cansaço em meu corpo e não entendia o porquê. O frio não incomodava mais, meus pés não estavam congelando mais, eu podia sentir somente um leve formigamento, uma pressão nos dedos. Notei também, que ao caminhar, ao longe não via minhas pegadas. Ashkaril passava grande parte do tempo levitando, se é que posso dizer assim. Ele me dizia para tentar também, mas não acreditei em nada do que ele disse, queria ver logo Lena e Aliek, aquela distância era angustiante, restavam mais cinco dias.

Ashkaril parou em minha frente, foi uma das poucas vezes que pisou o solo.

- Yvel, podemos chegar em sua casa em duas horas, basta que aceite minha idéia.
- Jamais aceitarei isso, não deixarei que me leve e muito menos saltarei para tentar voar. Isso é loucura, vou caminhando como sempre fui.

“Yvel estava angustiado. Ashkaril resolveu então começar a contar toda a historia de Yvel, do exercito de anjos e de como tudo aconteceu.”

- Bem, não sei como começar.
- Comece do inicio, estou curioso para saber o que mais você vai inventar. 
- Não inventarei nada, você lembrará de tudo. 
- OK. Comece. 
- Yvel,  a muito tempo atrás, formávamos o esquadrão da resistência, liderados pelo General Kzul, era dos grandes Aéreos, sua experiência contava muito, poderia destruir exércitos facilmente, se não fosse pelo golpe sofrido por Grindev. 
- Mas Grindev não seria um forte concorrente? Lembro-me que ele também era um dos melhores. 
- Sim, mas acontece que Grindev queria a qualquer custo o poder do exercito. Realmente, vimos uma luta muito forte em nossas terras. Grindev tinha certo poder em algumas facções de nosso povo. A guerra estourou contra o império dos Cyber. E nosso exercito já estava enfraquecido com esta disputa interna. Foi um passo para a morte, mas você estava lá, pronto para lutar sempre. Os Cybers tomaram 40% do nosso território, nossos suprimentos elétricos e nossas reservas de energia vital. Armazenada nos fetos em desenvolvimento. 
- FETOS EM DESENVOLVIMENTO? (Yvel, soltou um grito de indignação) 
- Sim, de onde acha que tiramos energia? Utilizamos a carne humana como alimento.

“Yvel ajoelhou-se na neve, não sentira nenhum frio. Estava aterrorizado com as palavras de Ashkaril. Não conseguia imaginar uma coisa dessas, fetos gerados para morrer... vidas servindo de alimento. O pior, cultivadas como plantas, em uma estufa gigantesca.”

- Você não pode estar falando serio, não mesmo.
- Já disse. Você uma hora irá lembrar-se de tudo isso. 
- ... (o silêncio tomou conta do ambiente)  
- Posso retomar a historia? - Pode, já não estou acreditando mesmo. 
- Enfim, vou contar... Os Cybers estavam em plena ascensão, eliminando nossa raça e escravizando os sobreviventes.

“Yvel estava à beira de um ataque, estava aterrorizado com todo aquele depoimento. Não negara que algumas coisas eram absurdas para sua compreensão, mas Ashkaril era tão convincente em suas palavras. Yvel debochava daquilo tudo, ainda tinha algo que lhe dizia que tudo não passava de um pesadelo. Que iriam chegar a sua casa e encontrar sua esposa e seu filho. Yvel, não dormia mais, seu corpo não se cansava.”  



Não é pedir muito, apenas mais uma canção...


Está não é uma canção de amor...
Nem seria, mesmo que ainda que falasse a língua dos homens... ou talvez dos anjos.

Crer na alegria que sonhava já era mais que suficiente ao corpo aberto de que dizíamos naquela noite, mais vezes acontecido, poderia ser ao mesmo tempo em que a noite caía, o céu desabava sobre lentes de contato. Superficialmente verdes com pingos acastanhados, via-se as estrelas caindo, causando aqueles riscos no céu.

Cântico dos anjos, aquelas palavras que derramavam da boca daquela soprano, a ópera se fez ali, a meus pés. Não poderia apenas aplaudir, meu ser se enchia de luz, minha boca cantarolava até mesmo as notas mais altas, queria bailar no palco, tirá-la para dançar. Exímia.

Deitado no chão, frio, duro, sujo...
Não ligaria para nada, aquele corpo não respondia mais por pensamentos, o céu explodia em laranja e azul cósmico, chuva radioativa caia sobre seu rosto, não queria mais saber, a vida era apenas um detalhe naquele instante. O céu era o limite.

Os vitrais, distantes, trincavam com a pressão adversa aos mesmos. Trovões causavam a cena aterrorizante, o céu desta vez preto, fumaça negra, carregada de solidez. Solidão.

Fiéis, ajoelhados em seus templos, suplicando o perdão divino, lamentando seus atos, fanáticos. A crença se faz viva, a fé de sobreviver por mais um dia causando os pedidos de misericórdia. Enquanto o teto é arrancado, as imagens beatificadas, os adereços santos. No olho do furacão, o centro, na velocidade zero. Os fiéis pedem perdão, enquanto numa fotografia o mundo se mostra em seu fim.

O avião que passava por ali com suas luzes vermelhas e brancas, atingido por uma explosão, mudou sua rota, virou-se para baixo e num mergulho em espiral transformou-se em aurora, era tão belo quanto aqueles olhares que assistiam ao fim do mundo.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Poesias da Fer. - Quarta

INSATISFAÇÃO

O sol escurece o dia
A noite clareia as mentes

A hipocrisia se mostra no arroto da insatisfação
Pelas faces contrariadas como o mal na digestão

O que se olha não é o que se vê
O disfarce não resiste muito tempo
E aquele que faz questão de se mostrar a contento
É o que mais está perdido ao relento

Num assovio estridente do vento
Se corta o silêncio da solidão
A crueldade trazida pela verdade
Denuncia que só há corrupção

E esse vento que sopra um hálito de fedor
Não quente mas congelante, provoca lacinante dor

E assim seguem as pessoas sem muita dedicação
E o que predomina é o sentimento de pura insatisfação

fernalini Jan/2009

terça-feira, 5 de julho de 2011

Poesias da Fer. - Terça

PENSANEANDO

As vezes se tenta mudar e não consegue
Fica meio tonto, parece que bebe
Sente que passou do ponto e que voltar já não deve
Acaba mais pesado, tentando ficar mais leve

A cara sisuda e marrenta
Parece mais um dia feio, de tarde cinzenta
E o coração se torna duro
Sem perceber se levanta um muro

Assim é levado a ficar na solidão
Pois quanto mais se busca um sim, só encontra um não
E ao ser obrigado por essa força maior
Acaba confuso e não sabe o que é pior

Viver entre os que amam
E odeiam amar
Ou viver entre os que odeiam
E amam odiar

E o muito pensar faz ficar devaneando
E seguir a devanear faz ficar pensando

fernalini Junho/2011