sexta-feira, 8 de julho de 2011

Não é pedir muito, apenas mais uma canção...


Está não é uma canção de amor...
Nem seria, mesmo que ainda que falasse a língua dos homens... ou talvez dos anjos.

Crer na alegria que sonhava já era mais que suficiente ao corpo aberto de que dizíamos naquela noite, mais vezes acontecido, poderia ser ao mesmo tempo em que a noite caía, o céu desabava sobre lentes de contato. Superficialmente verdes com pingos acastanhados, via-se as estrelas caindo, causando aqueles riscos no céu.

Cântico dos anjos, aquelas palavras que derramavam da boca daquela soprano, a ópera se fez ali, a meus pés. Não poderia apenas aplaudir, meu ser se enchia de luz, minha boca cantarolava até mesmo as notas mais altas, queria bailar no palco, tirá-la para dançar. Exímia.

Deitado no chão, frio, duro, sujo...
Não ligaria para nada, aquele corpo não respondia mais por pensamentos, o céu explodia em laranja e azul cósmico, chuva radioativa caia sobre seu rosto, não queria mais saber, a vida era apenas um detalhe naquele instante. O céu era o limite.

Os vitrais, distantes, trincavam com a pressão adversa aos mesmos. Trovões causavam a cena aterrorizante, o céu desta vez preto, fumaça negra, carregada de solidez. Solidão.

Fiéis, ajoelhados em seus templos, suplicando o perdão divino, lamentando seus atos, fanáticos. A crença se faz viva, a fé de sobreviver por mais um dia causando os pedidos de misericórdia. Enquanto o teto é arrancado, as imagens beatificadas, os adereços santos. No olho do furacão, o centro, na velocidade zero. Os fiéis pedem perdão, enquanto numa fotografia o mundo se mostra em seu fim.

O avião que passava por ali com suas luzes vermelhas e brancas, atingido por uma explosão, mudou sua rota, virou-se para baixo e num mergulho em espiral transformou-se em aurora, era tão belo quanto aqueles olhares que assistiam ao fim do mundo.


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