terça-feira, 14 de junho de 2011

Tão Distante - Parte 6 - O início

“Naquele momento, Yvon sabia que nada iria adiantar. Se via paralisado, imóvel. Percebe que a sua volta, não há neve, e o frio já não tocava seu corpo com a mesma intensidade, o clima era moderado, agradável. Abrir os olhos, para Yvon foi como se um pesadelo tivesse inicio. Ele via um céu vermelho como o fogo, as nuvens eram negras como fumaça.”

Ao momento que me vi naquele cenário horrível, foi como um pesadelo, mas não me senti mal, aquela paisagem não me dava medo, eu estava livre daquela paralisia. Quando vejo um ser vindo em minha direção, tinha forma humana, mas, possuía... Asas?
Sim, ele iria se aproximando de mim e cada vez era mais nítido, era sim um ser humano com asas. Pensei em fugir, mas como faria isso neste lugar?
Meu rifle estava em minhas costas, empunhei-o fazendo mira no ser que se aproximava.

- PARADO! (Yvon com voz de autoridade)
O ser continuava sua aproximação.
- EU DISSE PARADO! (Yvon não assumiria nenhum sentimento de medo, de modo algum poderia)
Sem efeito.
- EU VOU ATIRAR! (Yvon armando o rifle)

O ser parou, com uma voz branda pronunciou suas primeiras palavras:
- Não adianta atirar nobre senhor, aqui essas balas se desintegrarão ao tocar meu corpo.
Yvon com voz de desafio:
- Isso é o que veremos! (Puxando o gatilho)

“Em câmera lenta, podia-se ver a bala saindo do rifle T3 de Yvon, percorrer toda a distancia entre eles e ao tocar o corpo do alvo... virar pó.”

- Eu disse. (O ser exclamou enquanto continuava caminhando ao encontro de Yvon)

Minhas mãos fraquejaram, meu corpo todo fraquejou ao ver aquela cena, derrubei meu rifle, estava paralisado pelo momento, não estava com medo, estava surpreso. Algo errado estava acontecendo, algo muito confuso, apesar do clima de horror ao qual eu fui submetido, eu não poderia demonstrar medo ou tentar correr, já que estava em território inimigo, alias, não haveria porque ter medo, se ele quisesse me matar, já haveria o feito. Se estou aqui, devo servir para algo.

“Estavam frente a frente, criatura e Yvon, num momento ímpar, num momento em que era muito esperado por Ashkaril, um anjo caído. Considerado um demônio por muitos, expulso do paraíso segundo as lendas, um ser dotado de asas, vivendo sua eternidade naquele cenário perturbador, encontrou um caminho para a outra dimensão.”

- Enfim te encontrei. (dizia Ashkaril com tom de alegria)
- ... (Yvon não pronunciara uma palavra, estava emudecido pelo acontecimento)

Eu estava surpreso, admirado, tamanha a beleza daquele ser, monstruoso e ao mesmo tempo divino, seus trajes diferentes uma túnica preta, com detalhes em vermelho e branco, ele tinha um braço de ferro, suas asas eram cobertas de penas azuis. Não poderia esconder meu tom de surpresa, eu mal poderia abrir a boca e soltar qualquer som.

“Yvon não pronunciara uma palavra, estava parado de frente para Ashkaril. Somente ouvia o que ele dizia e mais nada. Não podia se mover, rifle ao chão denunciando o momento de vulnerabilidade.”