segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Papo de Elevador - nº 2

Lembram-se do Silva?

Pois é, desta vez nosso herói estava só, no elevador ele e o ascensorista (que era figura fácil  e inerte dentro daquele meio de locomoção vertical, inerte no sentido de... é... não morto, mas, há entenderam... comum... essas coisas).

Silva estava havia 2 horas dentro daquele elevador limpando o teto, enquanto o ascensorista pra cima e pra baixo, os colaboradores apertavam o botão para que o elevador “aterrissasse” no andar requerido. E a cada vez que parava, as portas abriam davam de cara com uma placa de MANUTENÇÃO/PISO MOLHADO/SILVA TRABALHANDO (esta ultima foi o próprio Silva que confeccionou. Já levou pito da gerencia por isso, mas quem se importa?).

Silva dizia ao ascensorista que não permitisse a entrada de ninguém, o outro apenas balançava a cabeça sinalizando positivamente, mas quem se importava com o Silva ele era apenas o faz-tudo da empresa (geralmente o que varre, limpa, conserta, pinta, cava, tampa, sepulta, reza, dirige, busca as coxinhas da sexta, a mortadela da terça e passa o cafezinho todo santo dia. Há, ele também ganha pouco).

Difícil foi explicar ao Moreira o que significava aquele traseiro recepcionando os passageiros do elevador, justamente quando o Silva sentiu aquelas contrações matinais que o leite quente gera em alguns casos. Silva fez aquilo... Poluiu o ambiente, defecou no ar, jogou merda no ventilador e não foi somente pelo cheiro de funeral de gambá ou de enxofre estragado, a sonoridade que o cagão emitiu, era meio que um urro daqueles que os Leões soltam quando estão brigando pelo território. Seguido por um: - aaaaaaaaahhhhh. (Silva obteve orgasmos anais ao soltar aquele baita peido).

O Moreira, um granfino de marca maior, cheio de suas etiquetas e bons modos, largou ali sua crença, sua vida toda passou diante de seus olhos sentiu uma leve tontura (pra não dizer tortura). Seus pulmões não queriam aquele ar, muito menos aquela visão (o traseiro do Silva, dando boas vindas ao inferno).

O ascensorista não pronunciou uma só palavra, apenas quebrou o vidro onde dizia: - “Em caso de emergência quebre o vidro, desceremos o mais rápido possível” não adiantou muito, estavam todos morrendo por asfixia, somente um perfume francês ou ar puro (e ai de quem acendesse um fósforo, seria uma bomba atômica adicionada de rajadas frescas). Com o cap para trás como de costume, o nosso amigo ascensorista ao ver que não adiantara quebrar o vidro pegou seu prendedor de roupas de emergência desceu do elevador (o que não era de costume) e chamou os dedetizadores que vinham munidos de desodorantes e mascaras de oxigênio, um verdadeiro arsenal anti-pum.