sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Adormecer

Definindo ainda as partes do corpo que se moviam no modo automático, tudo era tão mecânico quanto um motor sem partida elétrica, desde a respiração que acompanhava o movimento do peitoral, até mesmo o diafragma que impulsionava o processo. Os músculos sentiram aquela dor, cada pedaço cada fibra.

O estomago gelava e não sabia por que. Estava pesado se remoendo, contorcendo, barulhos estranhos e sem significado exato. Aquele gosto amargo na boca não era sua culpa, o fígado que cheirava à ressaca, a dor era interna. Um turbilhão de sentidos, diziam os termos científicos, existirem apenas cinco, ah... Tão pouco, para tudo aquilo.

Uma leve brisa acalmava o que se sentia. Mais em cima, havia um ser que batia compassadamente, mas no descompasso é que embriagou a maquina maior. Surgiram vertigens, tonturas e uma série fatores que normalmente são feitos de silêncio e sombra. Os batimentos acelerados indicavam uma substância que faria com que a maquina explodisse em movimentos rápidos, mas sem muita precisão.

Ouvia-se o estampido, dentro da caixa de pensamentos o revólver de ilusões estava ativo, aquilo que via não era simplesmente o que ocorria, mas como dizer aos olhos que a imagem vista é uma mentira. Como dizer aos pensamentos tão claros que a ilusão o sufocou. As pontas dos dedos estavam dormentes, os pés formigavam e a pele arrepiava, era de calafrio. Era um mal súbito.

As veias pulsavam enquanto o sangue era injetado nas células, as trocas gasosas eram algo mais sincero, era uma troca justa, tira-se o que precisa e devolve-se o que não tem. Mas faltou alguma coisa, faltou vida. Morreu, assassinado, doente, o vírus se dissipou e a febre fez questão de manter-se acima de todas as honras. A defesa do corpo... Essa se esqueceu de mover céus e terras... A lagrima caiu, molhando o solo em que se via, foi a primeira vez que os olhos antes de se fecharem sentiram o peso do mundo nas costas. 

“dona eis requiem”.