quarta-feira, 7 de março de 2012

Anteontem...


Ouviu um barulho do lado de fora, olhou para frente, levantou da cama e percebeu que não havia ninguém ao seu lado. Abriu a janela a fim de encontrá-la. O vento soprava numa velocidade que ressecava o globo ocular, não podia mantê-los abertos. Aquela sensação irremediável foi desaparecendo assim que o vento deixou de soprar.

A luz do sol ainda não apontava no horizonte, ainda era noite quando avistou algo se aproximando. Rasgando os céus por entre as nuvens amarronzadas da noite que sinalizavam uma possível tempestade, um brilho desigual que piscava em cores distintas. Aterrizou no pouco espaço que havia ao lado da janela do quarto das crianças.

Seu censo de proteção gritava para que o mesmo fosse até lá, tentou correr, tropeçando no pé da cama. Alguém apareceu na janela (do lado de fora), impedindo que o mesmo fosse até lá. Viu sua mulher, entregando seus dois filhos ao homem que desceu daquela nave. As crianças choravam, mas seria necessário.

Um estrondo e um clarão, todos sumiram. A casa desintegrou, as pessoas se desfizeram em pequenos raios de luz, o Sol que despontava naquela manhã denunciava uma possível catástrofe.

Enfim, a máquina do tempo foi construída e utilizada.

Aquele homem, Arnaldo, 50 anos mais velho salvando mulher e filhos do inverno nuclear.