quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O Dragão e a Pena

Certas vezes tão incertas a pena vinha pelo tempo
De mais outras vezes o Dragão soprava sem se irritar
Exclamava a pena pelo mesmo compasso a voar
Na mesma altura em que o Dragão surgia com seu sopro de vento

A pena que resistia a gravidade não tinha um mínimo de pudor
Pobre Dragão que envergonhado fazia uma pose um tanto quanto bonitinha ao assoprar
O Sol assistindo aquilo encoberto pelas nuvens da montanha comprovava todo o dissabor
Que o Dragão sustentava ao bater suas asas para arriscar-se o mais alto patamar

A pena que por si só era traiçoeira
O Dragão que mesmo assim era um menino
A pena se pôs ao chão quase na beira
O Dragão ainda que relutasse mantinha-se exímio

Travou-se a batalha mais incrível de todas as eras
Um Dragão que se irritou com o movimento do vento
Uma pena que subiu a montanha e alcançou os céus e as nuvens mais belas
Num sopro quente entre floretes transformou sua amiga em poeira, unindo-a ao firmamento

Com ares de tristeza o Dragão debruçou numa pedra, pensativo
O choque com sua força o fez permanecer recluso
Tamanha era a culpa que o Dragão triste agora não estava mais altivo

Donde fez sua grande arma cair em desuso.