sábado, 13 de fevereiro de 2016

Quibus Pythonicus

Seres errantes, tão somente em seu ciclo enquanto elípticamente seguem a força gravitacional. São mundos que entre os mortos e os vivos, prosseguem-se em pleno curso. Uns mais fechados e outros mais abertos, caminham junto a cometas, meteoritos e poeira espacial, assim como outros errantes, mantém-se sozinhos observando seus iguais.

Ainda que se diga que a vida permanece intacta em meio ao infinito, é possível que se escondam no lado escuro dos astros, um ser que em alguns aspectos se torna morto-vivo, onde a luz o incomoda e a escuridão lhe pertence, é frio, sombrio, fúnebre. O mundo pelo qual não se enxerga mais, é apenas mais uma pequena parcela do que se sente. Neste instante em que os olhares se cruzam, o caos se instaura, o medo corrói e não há mais saída.

Viajando bem rapidamente com destino incerto, novamente baseado em cálculos e informações deturpadas, o fim é anunciado com pavor. Apenas os seres errantes continuam se movendo em seu curso natural. Não há igualdade nas trevas, não há alegria no solo santo, não há paz, não há amor...

Buscando a paz, os vampiros mantinham a ordem apenas cercando os errantes que relutassem em passar dos limites concedidos pela força que os mantinha na elipse, também chamavam de sobriedade.

Das trevas vieram, às trevas voltariam, caminhando sozinho pelos cantos sombrios do mundo, se viu em um momento em que a sociedade não tem mais nenhum mártir, a juventude se vai em meio ao vão e o caminho a seguir existe em uma linha tênue entre dois infinitos, hoje, caminha-se no meio fio da elipse, ou se entrega às trevas ou se vai como mais um errante. Que os sombrios se elevem e se mantenham em suas posições.

E no diário de bordo, continha uma anotação apenas, na capa:

- Livra-se uma mente em sua modéstia e liberdade, inocência e ignorância. Mas mantenha os errantes em plena órbita, estes não devem e não podem saber o que há além. Lhes faria muito mal e quem sabe, ler o futuro, faria do passado algo inerte.


Faber Krystie McDonnadan