segunda-feira, 13 de junho de 2011

Humildemente...

Céu negro sobre nós
Cena de filme, vejo por entre as nuvens os raios de sol
Tentando a qualquer maneira justificar sua existência
Vejo que nada pode para-los, a não ser que a nuvem se faça mais espessa.

Impressão de que o sol iria morrer
Seus raios seriam perpétuos.
Continuo, paralelo, apenas finito.
Seriam apenas raios de luz, perfurando a massa esfumaceada.

Luxuria.
Medo.
Carência.
Estupidez.
Violência.
Incompreensão.
Divisão.
Diversão.
Introversão.
Desobediência.
Altivez.
Vivência.
Cedo.
Alforria.
...........morte!

Tão Distante - Parte 5 - O início

Ainda atordoado, buscando aquelas imagens em minha cabeça. Não sei como e nem porque aconteceu. Sei que aquela luz, raio, espectro, de algum lugar surgiu e sumiu diante de meus olhos. Que sensação horrível, aquilo está me assombrando ainda enquanto acordo. Maldito pesadelo.

“Yvon, camponês, atirador nato como pudemos perceber. Descrente de qualquer coisa, a não ser a matéria. Somente acreditava, naquilo que podia tocar. Preferia acreditar que aquela luz foi somente algo de sua cabeça, sabia que não era real, mas acreditar em uma ilusão ou miragem seria mais confortável para si. Porém, é claro, aquilo ficou por horas mantido em seu pensamento.”

Eu não podia mais suportar aquele tormento. Iria perder a calma cedo ou tarde. Minha cabeça latejava, estava para explodir. A dor aumentava a cada passo, nada parava aquilo. Em um movimento de desespero, bati com meu rifle em minha cabeça, vários golpes, a dor cessava.
Desmaio.

“Yvon caído ao chão, estava realmente sendo observado, por um ser dotado de asas. Asas com um aspecto angelical e ao mesmo tempo malévolo. Este ser o seguia desde o episodio em que passou a noite em claro. Um anjo caído, expulso do paraíso, se manifestara em forma de luz. Causando este paradoxo.”

Enquanto abria os olhos, podia perceber meu corpo flutuando, minha dor cessara. Talvez pelos golpes que ainda esteja atordoado. Mas estou FLUTUANDO? (ao mencionar, despenca ao chão coberto pela neve e levanta-se rapidamente procurando a causa daquilo:

- O que está havendo aqui?
- Quem está ai?
- Não me obrigue a atirar... (empunhando seu rifle)
- QUEM ESTÁ AI??

“Não adiantava gritar, perder a calma. Nada parecia se mover naquele instante, Yvon não tinha mais forças para lutar, estava em pé e somente em pé, seus braços apoiavam o rifle, e nada mais, um vento forte o derrubaria. Coração de guerreiro, mesmo sem condições não iria sucumbir, era admirável vê-lo em pé, mais que isso, era emocionante. Ele jamais iria se entregar.”

Minhas pernas não agüentam mais, não sei o que ocorre, sinto algo tomando controle sobre mim, algo está manipulando meu corpo. Não consigo me mover, o que acontece? Minha voz se perdeu, escuto um zunido dentro de minha cabeça. Insuportável!
Lena e Aliek, observando o horizonte, buscando indícios de Yvon:

- Mãe, estou sentindo um aperto no peito.
- Aliek fique calmo, me diga o que acontece.
- Não sei, temo que meu pai esteja em perigo.
- Calma filho, seu pai já passou por muita coisa, ele vai voltar (espero, pronunciando em voz baixa)

“Yvon já estava sob o controle do ser das trevas, temendo a própria vida, temendo pela vida de Lena e Aliek. Não sabia o que fazer. Uma situação complicada. Era somente uma força reagindo sobre ele, o Anjo caído, nem sequer se mostrou em face e corpo.”

- Preciso sair daqui, farei qualquer coisa. Nada me impedirá. (Yvon em tom de desafio ao desconhecido)