Hoje fez 1 ano.
Aquele copo quebrado que flutua nas marolas de um fluente
rio de lodo trouxe uma complicada composição de um fado de esperança e dor.
Observar os fractais que estilhaçam a luz em multicores também nos eleva a
condição pensante, precisamente, em um cemitério de águas vivas que já não mais
fluem ou nadam pela veia d’água. O sono se desfaz, o sonho deu lugar ao
desequilíbrio de um pesadelo em que por algumas vezes se fazia no breu. Ao
arriscar contato telepático em outros lugares, deu-se espaço ao mais temido dos
deuses, Cronos, deus do tempo, aquele que tudo devora. Olhar para trás não é
saudável e olhar pra frente não é aconselhável. A tentação de experimentar o
presente se torna a única saída e a única forma de se conseguir um melhor olhar
sobre as coisas.
O vento que determina a velocidade e a direção das
bandeirolas, é o mesmo que hoje não sopra mais em seus pulmões. A vida tirou você
daqui e o vento levou você pra onde eu não posso ver. Enquanto isso, os corais
se mantêm intactos, inertes, mortos e o veleiro continua a deriva, como sempre
esteve.
Me sinto num cais, como quem parte. Olhando o mar, como quem fica.
"Somos todos escravos e reféns de nossos atos. O mundo continuará girando e a garrafa de whisky estará sempre no fim, você pode deitar-se e perder horas de vida, você pode embriagar-se e justificar suas escolhas e você pode simplesmente ser alguém melhor todos os dias. O tempo, este sim é o pior dos monstros, ele dá, ele tira, não haverá trégua ou misericórdia."
Faber Krystie McDonnadan