Ouviu um barulho do lado de fora,
olhou para frente, levantou da cama e percebeu que não havia ninguém ao seu
lado. Abriu a janela a fim de encontrá-la. O vento soprava numa velocidade que
ressecava o globo ocular, não podia mantê-los abertos. Aquela sensação irremediável
foi desaparecendo assim que o vento deixou de soprar.
A luz do sol ainda não
apontava no horizonte, ainda era noite quando avistou algo se aproximando. Rasgando
os céus por entre as nuvens amarronzadas da noite que sinalizavam uma possível tempestade,
um brilho desigual que piscava em cores distintas. Aterrizou no pouco espaço
que havia ao lado da janela do quarto das crianças.
Seu censo de proteção gritava
para que o mesmo fosse até lá, tentou correr, tropeçando no pé da cama. Alguém
apareceu na janela (do lado de fora), impedindo que o mesmo fosse até lá. Viu sua mulher, entregando
seus dois filhos ao homem que desceu daquela nave. As crianças choravam, mas
seria necessário.
Um estrondo e um clarão, todos
sumiram. A casa desintegrou, as pessoas se desfizeram em pequenos raios de luz,
o Sol que despontava naquela manhã denunciava uma possível catástrofe.
Enfim, a máquina do tempo foi
construída e utilizada.
Aquele homem, Arnaldo, 50 anos
mais velho salvando mulher e filhos do inverno nuclear.