Observando as pessoas,
descobrimos que fazem parte de um padrão, que em sua maioria não sabe nem onde
está e nem o que está fazendo. Apenas vivem. Limpam. Sujam. Evitam. Tentam. Frustram-se.
Chegam ao orgasmo. E após isso, são apenas pessoas.
Pavões, andando por aí para que
os outros vejam suas belas (nem sempre, e nos dias de hoje, ainda mais difícil)
plumas. Andando com seus parceiros de bando, tribo, turma, matilha ou (por que
não?) enxame. Prontos para atacar, o (coletivo) mais próximo. Não dependem
somente de seu (coletivo), não cultivam a si mesmos e muito por acaso acabam
cultivando o que há nos outros grupos. Eis que surge a miscigenação,
responsável por tantos equívocos e por tantas ondas diferentes, tantas
vertentes e tantas outras (espécies).
Dentre os seres (humanos) pode-se
também existir aqueles que apenas assistem com certo nojo o desfile. Não
desfilam, não existem, apenas observam. Olhando com todo o cuidado para não se
aproximar demais (do bando). O solitário permanece, observando apenas, pois não
é observado, seu papel ali, é de espectador. Mesmo porque, se foge aos padrões
não é importante para a dita (ou não) sociedade.
Voltei ao meu ponto de vista, vi
jovens sentados na calçada onde a vestimenta era a mesma (e não falo dos mórmons),
alguns grunhiam do mesmo jeito. Outros olhavam para as mulheres com a mesma
expressão. E no fim, extintos seus instintos, voltam a ser o mesmo nada de
sempre, comem, digerem, defecam. E no meio do caminho, veem TV, pensando ser a
coisa mais incrível que o homem (Lê-se humanidade) já fez.
Todo o pensar, se foi. Assim como
os que pensam, são chamados de inteligente demais, de gênios ou de qualquer
outra coisa que designe alguém que foge de padrão (e não digo o padrão de
beleza e/ou vestimenta).
Porém, é amedrontador, quando
duas ondas se chocam e o mais incrível é que se faz uma guerra por um
território que não existe, como cães (latem e se mordem até as ultimas
consequências) e após três dias, já se esqueceram de tudo, novamente voltam para as ruas para mostrar
suas belas (nem sempre, e nos dias de hoje, ainda mais difícil) plumas.
(apenas)Notas de um observador.