É sabido que quanto mais
conhecemos da história, mais deprimidos ficamos após confrontar os ignorantes
repetindo o mesmo ciclo. A história serve não apenas para nos deleitarmos sob
as pinturas, esculturas e restos mortais, ela serve como uma questão evolutiva para
que tenhamos um norte ao criar, olhar e agir, assim como entender as variadas
formas de chegar a algum lugar e também de como não proceder em outros casos.
O que vivemos hoje é nada mais do
que uma mescla entre a necessidade de evolução e a incapacidade de compreender
os ecos do passado. Entramos é claro em várias outras vertentes como o descaso
de governos perante as nações que realmente necessitam de ajuda. A ideia parece
absurda, mas ao mesmo tempo não podemos deixar de compreender as perspectivas entre
os continentes e ainda chegando ao consenso de que as nações se tornam
insulares quando se é falado algo sobre doação.
Empresas multinacionais pedindo a
ajuda da população para levar água potável para África e Sudeste asiático
enquanto outras produzem o suficiente para adquirir estes países. O problema
não está no quanto isso custa, mas na vontade de ajudar as pessoas mais necessitadas
levando o custo disso em consideração, como se uma vida tivesse mais valor que
a outra.
Não é hora de encontrar culpados,
mas de compreender que para que todo esse processo evolutivo, foi necessário
que os povos entrassem em conflitos, foi necessário que se escravizassem os índios,
negros e todos os que não tinham como se defender do “homem branco”. Muito
sangue não-europeu escorreu desde a expansão marítima, muita coisa aconteceu e
a história que ouvimos, sabemos que é a história dita pelo agressor, pelo
europeu que se lançou ao mar, porém, ainda assim temos o dever de amenizar tudo
isso da melhor forma possível, entendam bem, amenizar, já que os povos
conquistados que ainda não foram extintos ainda vivem com os traumas do passado.
É hora de deixar a visão do colonizador de lado, parar de olhar para os outros
com diferença. É hora de compreender que o mundo é um só e ninguém que vive
nele deve passar fome.
Massacres na Ásia menor e ilhas
do sudeste asiático, exploração e mortes em África, população indígena extinta
na América do Sul, Central e do Norte. Muitas as coisas que poderíamos aprender
e evoluir de formas totalmente diferentes, quem sabe até espirituais
compreendendo o crescimento em tribos e sabemos que a eletricidade seria inevitável
um dia.
Ter esperança que a humanidade se
torne mais humana, eu sei, é como encontrar agulha em um palheiro, é uma ideia
difícil de se administrar. Dizer que a mudança começa de dentro pra fora também
é uma falácia, já que enquanto as emissoras de TV fazem programas de
arrecadação uma vez ao ano e (talvez) repassem o montante as casas
assistenciais, compreendemos que este seria uma raspa, uma fagulha, um cisco,
um grão... da enorme ponta do iceberg. Você pode ajudar? Sim, mas, você precisa
entender que as palavras são belas e audíveis como música quando entramos em um
altruísmo que as grandes corporações não têm, nunca terão e jamais tiveram.
Ganha-se dinheiro com os
miseráveis, ganha-se nos testes de remédios, ganha-se na propaganda para
arrecadação, ganha-se no olhar bondoso da população que se compadece com as
imagens, ganha-se com tudo o que é mostrado, criando comoção mundial, na tela
de uma TV, na tela de um Smartphone, nos outdoors eletrônicos nos grandes centros
comerciais. A história não se repete desta vez, a involução sim. Alguns são
reféns, outros conhecem um pouco mais, porém estamos todos no mesmo sistema, e
alguns são tão dependentes dele que lutarão até a morte para mantê-lo enquanto nós tentamos
abrir os olhos para um mundo sem desigualdade, fome, morte e dor.
No fim de tudo.
Um pavão belo, brilhante, sedutor
e mortal.