Seres errantes, tão somente em seu ciclo enquanto
elípticamente seguem a força gravitacional. São mundos que entre os mortos e os
vivos, prosseguem-se em pleno curso. Uns mais fechados e outros mais abertos, caminham
junto a cometas, meteoritos e poeira espacial, assim como outros errantes,
mantém-se sozinhos observando seus iguais.
Ainda que se diga que a vida permanece intacta em meio ao
infinito, é possível que se escondam no lado escuro dos astros, um ser que em
alguns aspectos se torna morto-vivo, onde a luz o incomoda e a escuridão lhe
pertence, é frio, sombrio, fúnebre. O mundo pelo qual não se enxerga mais, é
apenas mais uma pequena parcela do que se sente. Neste instante em que os
olhares se cruzam, o caos se instaura, o medo corrói e não há mais saída.
Viajando bem rapidamente com destino incerto, novamente
baseado em cálculos e informações deturpadas, o fim é anunciado com pavor.
Apenas os seres errantes continuam se movendo em seu curso natural. Não há
igualdade nas trevas, não há alegria no solo santo, não há paz, não há amor...
Buscando a paz, os vampiros mantinham a ordem apenas
cercando os errantes que relutassem em passar dos limites concedidos pela força
que os mantinha na elipse, também chamavam de sobriedade.
Das trevas vieram, às trevas voltariam, caminhando sozinho
pelos cantos sombrios do mundo, se viu em um momento em que a sociedade não tem
mais nenhum mártir, a juventude se vai em meio ao vão e o caminho a seguir
existe em uma linha tênue entre dois infinitos, hoje, caminha-se no meio fio da
elipse, ou se entrega às trevas ou se vai como mais um errante. Que os sombrios
se elevem e se mantenham em suas posições.
E no diário de bordo, continha uma anotação apenas, na capa:
- Livra-se uma mente em sua modéstia e liberdade, inocência
e ignorância. Mas mantenha os errantes em plena órbita, estes não devem e não
podem saber o que há além. Lhes faria muito mal e quem sabe, ler o futuro,
faria do passado algo inerte.
Faber Krystie McDonnadan