Um dia de Sol na empresa em que o Sr. Meinfuhrer comandava sua tropa para os testes de aptidão (era sol, aquele mesmo que passava pelas frestas da porta que ligava o estacionamento ao campo de concentr... ao tronc... ao quartel gen...ao escritório). Mas eis que surge a pergunta, teste de aptidão? Sim, todos diziam suas funções e deveriam provar que sabiam fazer aquilo.
O Moreira, granfino, chefe de alguma coisa que nem ele sabia direito explicar, estava com as pernas bambas, hoje seria descoberto que mais mamava nas tetas do Dono daquela espelunca do que o contrário (não levem está constatação no sentido literal da coisa, ele mesmo nem pensou nisso, ainda bem).
O Ascensorista, que chamavam de Washington (devido ao episódio do WC), sabia bem o que fazia ali, era subir e descer, descer e subir (peço que desta vez encarem o sentido literal da coisa, ou não, bem... continua).
A Senhora Clementina, também tinha ideia do que fazia ali e não tinha dúvidas em provar que seus malotes eram entregues sempre na hora marcada pela perua do correio (não era o animal, era mesmo uma coroa toda rearranjada de cabelos feitos e tanto blush que parecia ter levando uns tabefes nas faces), mas falando da senhora Clementina, era uma funcionária exemplar, pelo menos ela tinha certeza disso.
Fora os gerentes de tudo quanto é canto que também mamavam, porém faltaram no dia por motivos óbvios, todos estavam em viagens de negócios. O engraçado é que o Sr. Meinfuhrer cancelava todas as viagens para ninguém perder a tão esperada reunião do teste de aptidão.
E o Silva (o faz-tudo da empresa, geralmente o que varre, limpa, conserta, pinta, cava, tampa, sepulta, reza, dirige, busca as coxinhas da sexta, a mortadela da terça e passa o cafezinho todo santo dia. Ah, ele também ganha pouco), que já expliquei tudo no parênteses anterior. Na verdade era o menos preocupado e estava realmente preparado para o teste, ele vestia uma roupa inteira de lycra, bem no estilo luta Greco-romana (até com protetor escrotal), tênis de caminhada, capacete de motoqueiro e luvas anti-chamas. Dona Clementina que olhava com outros olhos para o Silva (agora casado esperando a cegonha com um rifle, mas, esperava a “desgranhenta”) observava aquele volume na calça sem nem sequer imaginar da existência do protetor. Mal sabia ela, que não via algo parecido desde quando o velho Abelardo tinha seus 50 e tantos (coitada)(coitada?)(bem... ainda que aguentou firme o velho Abelardo... Abelardo).
Então Sr. Meinfuhrer apontou:
“Moreira! O que você faz aqui?
O Moreira, que só pensava em mamar disse em alto e bom som. “EU MAMO!”
Dona Clementina, já prevendo o aviso prévio, justa causa, acerto(sem um puto), olho da rua, mão na frente e outra atrás. Soltava aquele risinho maligno e sarcástico.
Sr. Meinfuhrer, olhando para o Moreira (que já estava com a roupa toda molhada, axilas suadas (porque soada é outra coisa).
Vou te comprar uma vaca e abriremos uma ordenha! Está dispensado. A propósito, prefere que raça de vaca?
O Moreira andando em direção ao banheiro com as pernas levemente flexionadas e entreabertas (para não assar) respondeu “Holandesas”, não conhecia os tipos das vacas mesmo.
Sr. Meinfuhrer, olhando ressabiado para o Washington, querendo saber quais eram suas funções.
O podre coitado do Ascensorista, que apenas sabia subir e descer, com medo de ser escorraçado respondeu: Eu subo e desço com o elevador... e... e... eu também sei mamar!
Sr. Meinfuhrer se alegrou e disse que compraria então duas vacas, mas uma delas de porte menor para que o “Vashington” pudesse mamar durante o vai e vem (ou, sobe e desce).
O “Godfather” então dispensando o rapaz, já emendou de canhota na senhora (ou Dona) Clementina, que só sabia olhar para aquele volume nas calças do Silva (que vestia uma roupa de luta Greco-romana com protetor escrotal, vejam bem), ela não parava de olhar para cima pensando em seu velho Abelardo.
Dona Clementina! Exclamou o senhor do engenho.
Ela ainda sonhando: - ai Abelardo!...
É pelo visto alguém aqui só faz fofoquinhas fica sonhando acordada com sua juventude de perversões e luxúria, anda por aí, fica coçando seus cabelos e nem entrega as coisas na hora. Muito errado isso hein, senhorinha.
Ela ainda se defendia, dizendo que ela era um exemplo de superação, com seus 73 anos, (para não dizer, todos os seus 73) subir e descer as escadas, entregar tudo, cuidar para que a empresa seja única e líder no ramo de... (de que mesmo?), dizia a velhota, que não aceitaria ser posto a prova todo seu esforço durante esses anos em que trabalhou arduamente naquela espelunca. (ainda esbravejando) ela dizia, “EU NÃO MAMO!”
Sobraram os gerentes, que não vieram e o Silva (o faz-tudo da empresa, geralmente o que varre, limpa, conserta, pinta, cava, tampa, sepulta, reza, dirige, busca as coxinhas da sexta, a mortadela da terça e passa o cafezinho todo santo dia. Ah, ele também ganha pouco). O patrão, chefe ou coisa parecida, olhava com diferença para o pobre coitado, mas já emendou, “Silva, o que você faz com esta roupa?”
“Eu? Bem, eu malho, eu sou o faz-tudo da empresa, geralmente o que varre, limpa, conserta, pinta, cava, tampa, sepulta, reza, dirige, busca as coxinhas da sexta, a mortadela da terça e passa o cafezinho todo santo dia. Ah, eu também ganha pouco”
“como assim? Ganha pouco?”
“Ah, é só pra finalizar o refrão”
“hum, mas OK, onde você arrumou estas vestes?”
“Bem, os tênis são do meu sogro, essa roupa eu vi numa liquidação e achei que ficaria mais apto ao trabalho já que ela libera os movimentos, as luvas anti-chamas eu peguei emprestado do cozinheiro e o capacete, bem, o capacete eu emprestei do meu amigo motoboy que está deitado ali no saguão, ali, bem no meio”.
Enquanto o rapaz acordava (sim, o motoboy, que vinha receber umas contas do Ditad... do Sr. Meinfuhrer) ele sentia fortes dores na cabeça e ainda zonzo procurava pelo Silva (que eu não vou dizer outra vez o que ele faz), com cara de poucos amigos.
O Sarney então, sem pestanejar, dispensou também o Silva. E toda a tropa, já remarcando a reunião e a ordenha para o mês que vem.
O Silva (que eu não vou dizer de novo o que ele faz), andando em direção ao vestiário (e não era do clube), parado pelo Senhor Mandachuva que questionava:
“Você mama?”.