O enriquecimento de urânio, o enriquecimento no home office… toda a tecnologia de uma lava e seca que não seca porra nenhuma vem acompanhada de sondas como as Voyager — que, mesmo lançadas na década de 70 (em 1977, para ser exato), ainda mantêm formas de contato com a NASA na Terra. Não é intrigante como máquinas feitas para secar roupas ainda não fazem isso com destreza?
Pois bem, cá deste lado da ISS, no ponto escuro onde todos dizem ser o lado da Pockocmoc (Roscosmos), consigo visualizar o globo por um ângulo diferente. Dizem que ele está de ponta-cabeça, mas isso não faz o menor sentido, já que o planeta é um globo.
Hoje eu vi um fantasma. Ele parece ser tímido, desaparecendo sempre que olho de volta. Um vulto pequeno, uma sombra — às vezes visível pela minha visão periférica enquanto escrevo cartas para vocês aí da Terra.
Sempre que o raciocínio falha, ele aparece. Talvez para me acordar, ou para que eu sinta meu coração ainda bater depois de um pequeno susto. Cheguei à conclusão de que, ao observar tanta velharia por aqui, nós, seres humanos, guardamos muitas coisas ao longo do tempo. Coisas que nos remetem a sentimentos — e que, por vezes, provocam o mesmo efeito dos fantasmas que nos assombram ao uivar dos lobos.
Quero deixar claro, antes de tudo, que não estou sob o efeito de nenhuma substância que cause alucinações — nem mesmo de privação de sono. Aliás, esta noite eu dormi até demais. Enfim, vamos ao assunto, antes que este escrito se torne demasiadamente prolixo.
Inicio assim porque não há mais como dourar a pílula ou conduzir qualquer ação que torne as coisas mais palatáveis.
Diante do óbvio — fundamentado e de índole questionável, seja por caminhos espirituais ou por rotas mais antigas, truculentas e nada ortodoxas do ocultismo —, temos ciência de que, de alguma forma, estamos cercados por seres que transitam entre muitas dimensões conhecidas, e por outras que escapam à nossa vã filosofia.
Também compreendemos que a comprovação da existência de fantasmas — não apenas no sentido figurado, mas no mais empírico da palavra — revela como nossos pensamentos nos conduzem a lugares que talvez não desejássemos visitar. Eles nos levam por traduções que outrora pareciam intraduzíveis, e por questões que talvez não fossem transitáveis.
No apagar das luzes, sentimos um misto de medo, saudade, nostalgia, dor... Sabemos que são coisas da nossa cabeça. Entendemos que a razão humana é feita de sentimentos irracionais, sempre incompreendidos se não observados em quatro dimensões.
O que sobra é a cadência — a insurgência de um mundo peninsular. Nossas cabeças nunca foram tão vazias em um lugar tão caótico.
Até mesmo os fantasmas — esses que teimam em aparecer antes de dormir, quando encostamos a cabeça no travesseiro e refletimos sobre o espaço tempo de alguns anos atrás, quando ainda não tínhamos maturidade para perceber que o tempo passa porque deve passar. E nós, no fim das contas, somos apenas seres perecíveis... enquanto não viramos fantasmas de ninguém.
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