Os gritos de socorro que se ouvia ao longe entre os cânions repletos de areia e solidão a lua pairava no ar como se flutuasse entre o túmulo e a grama verde que cobria o cemitério no qual se instalavam os bunkers nos quais muitos se salvavam.
Salvação era a ideia primordial antes que qualquer coisa se chocasse com a realidade mórbida dos alienígenas que visitavam constantemente o planeta. Estes tinham uma certa resiliência a aterrissar suas naves e se deparar com a hostilidade que poderia ocorrer em um lugar onde misseis apontavam para os iguais. Era de fato complexo compreender o porque daquela destruição. Por vezes clamavam por soberania e outras vezes clamavam por misericórdia, a questão era o entendimento entre ambos que já não falavam a mesma língua ou até mesmo não se interessavam em compreender o que sentia cada um.
O tumulo estava vazio, era apenas uma ideia que a cada pá de terra que se colocava ali se tornava também o fim de qualquer chance de paz. O tumulo significava o fim, ou talvez o reinicio de algo que se via incrivelmente obsoleto. Na verdade, enterrar pessoas também fazia com que o próprio solo se tornasse algo tóxico que contaminava os recursos naturais nos quais se nutriam os seres humanos. Algo que não se entendia era exatamente o porque os seres não tinham a ideia de que modificavam os meios que se instalavam com suas palavras e ideais. O desentendimento tornava tudo mais obscuro quando as ações não condiziam com as metas de vida, tudo era para o presente e tudo se fazia obsoleto com o passar do tempo. O egoísmo humano se tornava a produção mais tóxica que os próprios corpos enterrados.
Claro que alguns diziam também que a matéria orgânica nutria o solo e fazia com que ele se tornasse melhor, não estavam tão errados, mas, até que ponto realizariam plantios em solos ditos sagrados ou mesmo que tudo aquilo fosse pelos ares não seria uma boa sacada manter tudo como estava. O silencio fúnebre era cortado pela liberdade na qual o mesmo espirito que cobrava caro pela estadia também falava sobre como se ofertar o próprio desdém.
Eram espíritos errantes, quase que em um jogo de batalha naval onde qualquer passo se tornaria o motivo para a explosão. Durma bem, meu anjo, ninguém ali afinal gostaria de dormir sozinho, muito pelo contrário, seria até mais seguro que as idas e vindas das rotações do pequeno planeta azul fossem mais lentas e nas quais a vida seria menos incompleta se não fosse a resiliência extraterrestre. A humanidade estava em colapso e não seria inteligente provar-se existente no mundo que seguia a deriva e numa de suas entradas o meio humano era protegido por uma densa camada chamada atmosfera, mas, afinal, estávamos protegidos ou presos?
Nos é mais interessante pensar que estamos sozinhos ou mais tenebroso arriscar um palpite que estamos acompanhados nesta jornada clássica de uma nave que atravessa os tempos em busca de um lugar seguro para a espécie? A vida será perpetuada, desde que o ser humano não se deteriore e não se coloque a prova de vida pois, a cada segundo vivido, notamos que a vida se vai e que muitas vezes o piscar de olhos astronômico sejam vidas inteiras dos seres que sobrevivem no planeta azul.
A questão maior que ainda paira no ar como um beija-flor, por que estamos aqui e qual o propósito? Se a vida é tão curta e se vivemos no meio-fio todos os dias em busca de sobrevivência, por que fazemos tudo tão mais difícil? Mais uma vez sugere-se o egoísmo dos universos que convivem, cada um luta pela própria sobrevivência da forma que pode e no fim de tudo nunca deixamos de poluir.
Os anos se passam e nós apenas nos reinventamos. Maquinas, plantas, pulso, agonia, sentimentos, psique, jogos e feridas. Cada um nesta vida, dá o que pode e o que tem, mas nem todos se esforçam para manter a sanidade mental alheia, o metal, o conforto, a densidade da camada atmosférica, estes são inigualáveis pontos a se pensar todos os dias se realmente são necessários.
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