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Mostrando postagens de 2025

Bariloche (ou manual de procedimentos técnicos de segurança administrativa aos finais de semana pares, PARES, não Paris)

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Hoje tive uma lembrança. Enquanto escarafunchava memórias ainda que sólidas e ações que ainda mantinham vivas as perspectivas de um futuro daquele passado que se fazia cada vez mais claro, lembrei que estava ali, inerte, estagnada, parada, uma imagem que meu cérebro ainda se queima todo para entender, é importante dizer que não me lembro das suas feições e emoções daquele momento. A vida era pacata, o momento era restrito, no meio da selva de sentimentos e promessas, “vi a cidade fervendo na emulsão da retina. Crepitar de vida ardendo, mariposa e lamparina. A cidade ensurdecia, rugia como um incêndio, era veneno e vacina”. Observava tudo meio pixelado, meio esbranquiçado, lembro-me do ambiente claro do sofá verde/azul tiffany, do piso de madeira e das paredes brancas, lembro-me do quarto sempre escuro e das aranhas que moravam nas periferias do teto. Lembro das plantas e dos arbustos e até dos barulhos noturnos que os vizinhos faziam, as garrafas de whisky no bar, a TV enorme, o cachor...

“Não responda esta mensagem”

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Doutro lado tais quais os Mouros observavam o céu de uma inquisição maldita, algo dizia que as vias intempéries de algum lugar surgiam no horizonte com muita força e que igualmente se esvairiam. A diferença era o contraste, de dentro da carne, no cerne, no centro ao avesso, pelos lados. O modo “Практикуйте невозможное” (Praktikuyte nevozmozhnoye – pratique o impossível) estaria ativo a muito tempo atrás e ele não havia ainda sido desligado por motivações governamentais. A questão agora era o termo “андроид” (android) que a muito não se via nas páginas dos jornais, mesmo que em termos estes já caíram em desuso, mas boa parte das comunicações ainda dependem do bom e velho papel. A telepatia se inundava nas águas azuis e claras das Maldivas. Os datacenters em torno das casas de palha, resfriados pelo complexo marinho dessalinizado. A vida já não mais perseverava como antes, apenas escapava, como sangue em um corte profundo. Os sonhos, entretanto, estes gozavam em um período tênue que se c...

Orgânico

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O mundo está um caos. Já diziam isso nos anos 90. Só não imaginavam que, 30 anos depois, esse caos seria descoberto como uma forma silenciosa de organizar a sociedade “por baixo dos panos”. O enriquecimento de urânio, o enriquecimento no home office… toda a tecnologia de uma lava e seca que não seca porra nenhuma vem acompanhada de sondas como as Voyager — que, mesmo lançadas na década de 70 (em 1977, para ser exato), ainda mantêm formas de contato com a NASA na Terra. Não é intrigante como máquinas feitas para secar roupas ainda não fazem isso com destreza? Pois bem, cá deste lado da ISS, no ponto escuro onde todos dizem ser o lado da Pockocmoc (Roscosmos), consigo visualizar o globo por um ângulo diferente. Dizem que ele está de ponta-cabeça, mas isso não faz o menor sentido, já que o planeta é um globo. Hoje eu vi um fantasma. Ele parece ser tímido, desaparecendo sempre que olho de volta. Um vulto pequeno, uma sombra — às vezes visível pela minha visão periférica enquanto escrevo c...