Nos dias atuais as pessoas tem a
necessidade de se destacar intelectualmente, por motivos obscurecidos pelas próprias.
Vemos isso em discussões em bares, em discussões nas redes sociais, em debates em
faculdades e afins. Alimentar o ego é de fato algo que a sociedade hoje precisa
(e sempre precisou), os indivíduos, financeiramente falando, já possuem a maior
parte das coisas que almejam e as que não podem ter são de fato inalcançáveis a
sua classe, ou seja, se tem carros, apartamentos, casas e todos os tipos de penduricalhos
possíveis. O dinheiro que se ganha com o trabalho formal ou informal acaba por
ser consumido pelos eletrônicos, planos de assinatura de aplicativos e afins. Salvos
os desempregados e pessoas de baixa-renda que não possuem de fato o poder
aquisitivo para o consumo que abrange grande parte da população. O fato que
desejo expor é mesmo o da expressão que se faz de título ao texto, “a
necessidade do brilhantismo nos tempos atuais”, e me baseio nos contatos nos
quais possuo e que compõe as classes sociais de meu convívio (que assumo ser
bem amplo).
Por quais sejam os motivos que
levam as pessoas a se demonstrarem inteligentes em meio a sociedade da mesma
forma que denigrem a imagem de outros, as conversas se transformam em uma
guerra, o que chamaria isso em algumas traduções de livros consagrados de “travar
conhecimento” através do diálogo. O caso é que nos tempos anteriores a nós e a
tecnologia que dissemina as noticias e o próprio conhecimento a informação era
de fato comprovada antes de ir para os livros (ressalto que não falo dos livros
sensacionalistas de pessoas que prometiam coisas e subornavam outras para ver
seus livros nas prateleiras) mas, ainda daí eu integro o pensamento de que o
intelecto era também um artifício dos ricos que podiam contar com as
enciclopédias e que de uma maneira geral sabiam ler e escrever. As sociedades
de formavam assim, os nobres eram detentores da cultura e o povo detinha da mão
de obra. Raras as vezes estas classes se misturavam e quando acontecia, era por
vezes um homem rico que se aproximava de uma mulher pobre, porém belíssima e
com um grande potencial para aprender as etiquetas da sociedade nobre (levando-se
em conta a sociedade machista das épocas e deixando claro que nos dias de hoje
lutamos pela igualdade). O fato que assumo neste contexto é que hoje por mais
que as classes sociais se distanciem em alguns aspectos deter de conhecimento
se faz ainda muito necessário, já que nos dias de hoje (ainda bem) o
conhecimento se tornou mais democrático e acessível e, deste modo, com a
rapidez, a falta de credibilidade das informações acabamos por ignorar o bom
senso e acreditar em “verdades” ditas para confundir , acreditamos em teorias
da conspiração e em histórias que são tão bem contadas que espalhamos aos
quatro ventos o que acreditamos e de fato podemos provar pouca coisa. Em troca
do tal brilhantismo. Acreditamos que frases de efeito podem ser o ápice para se
tornar o tal “pensador” da turma ou a pessoa moralmente inteligente a ser
seguida pelo bando.
Nestes tempos em que a
desinformação é um prato cheio aos desavisados, meu conselho (não que valha de muito)
é que se “auto proíba” de dizer coisas que simplesmente não tem domínio, e não
quero ser o chato que proíbe as pessoas, mesmo porque, conselhos servem para mostrar
um outro ponto de vista e cada um pode (e deve) seguir o que seu coração mandar,
porém, o que peço é que se não tem domínio de algo que gostaria de debater,
sinta na pele a sensação de absorver os assuntos de uma forma imparcial e não
acredite em tudo o que lê por aí, questione, busque conhecimento, acredite no
que quiser acreditar, mas tenha embasamento para discutir o assunto por mais de
2 horas. Desta forma as relações serão mais verdadeiras, os assuntos serão mais
didáticos e “travar conhecimento” se tornará uma diversão sadia entre os
amigos. O estudo se torna algo sério, belo e prazeroso. Já que ao pensar em
algo, traremos Descartes à mesa do jantar e sua famosa colocação utilizada até
hoje, “penso logo existo”, na qual, do latim, “cogito, ergo sum” ou “penso,
portanto sou”.
Pensemos, portanto, sejamos.
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